Dor Musculoesquelética: Entenda o que é Real
- fisioandresetti
- 16 de jul.
- 3 min de leitura

Você já foi ao médico e, sem nem te avaliar direito, ele olha apenas seus exames de imagem e diz: "Sua dor é causada por isso, por aquilo..."?
Então, precisamos conversar sobre esse e outros mitos que ainda estão muito presentes na ortopedia.
1 - “A causa da minha dor musculoesquelética pode ser encontrada na minha Ressonância Magnética (RMN)”
Diversos estudos científicos mostram que achados de imagem não explicam, por si só, o quadro de dor apresentado pelo paciente. Um exemplo clássico no nosso dia a dia são as alterações na coluna, como a hérnia de disco — que muitas vezes aparecem na RMN mesmo quando o paciente não apresenta sinais clínicos associados. A dor pode estar relacionada a outros fatores, como sedentarismo, baixa qualidade do sono, fraqueza muscular, estresse e questões emocionais.
2 - “Toda dor nas costas é igual”
Mesmo que a dor ocorra na mesma região e com intensidade parecida, nenhuma dor é exatamente igual à outra. Cada caso deve ser avaliado e tratado de forma individualizada, já que cada pessoa carrega experiências físicas, emocionais e de vida diferentes — fatores que influenciam diretamente na melhora ou piora do quadro.
3 - Dor durante o exercício? Então é melhor parar tudo!” (Será?)
Essa é uma das frases mais comuns no meio do exercício físico. Antes de interromper completamente a atividade, é fundamental entender o que está causando a dor e quais estratégias podemos adotar para ajustar o movimento e torná-lo seguro.
Em pessoas com dor crônica, esse tipo de pensamento pode reforçar a ideia de que o exercício faz mal. No entanto, é importante lembrar que o exercício físico funciona como um remédio — e o que determina uma resposta positiva ou negativa é a dosagem.
Para isso, podemos ajustar diversas variáveis, como a amplitude do movimento, o tempo de descanso, o número de séries e repetições, entre outras.
4 - Quantos mais, melhor !
Colocar uma demanda maior do que seu corpo é capaz de suportar não é o caminho mais rápido para alcançar seus objetivos — seja ganho de massa muscular, perda de gordura, aumento de força, entre outros.
Priorizar a qualidade na execução dos movimentos e manter uma constância semanal são os fatores que realmente trazem resultados consistentes e duradouros.
Seu corpo precisa de descanso para se recuperar adequadamente e, assim, voltar a ter força para evoluir.
E lembre-se:
“O importante não é o quanto de peso você consegue levantar, mas a qualidade do movimento realizado.”(Janda, 1978–1983)
5 - “Fortalecer o CORE é a chave para melhorar minha dor lombar”
Assim como no #mito1, não é possível estabelecer uma única causa para a dor lombar. O CORE (conjunto de músculos do abdome, e assoalho pélvico) foi, por muito tempo — e ainda é, em alguns casos — tratado como a “galinha dos ovos de ouro” no tratamento da dor lombar, associando-se de forma causal a fraqueza do core com a presença da dor.
No entanto, é essencial avaliar o indivíduo de forma global e identificar todos os fatores que podem estar contribuindo para o quadro de dor — físicos, funcionais, comportamentais e emocionais.
6 – “No pain, no gain !”
Comum entre os marombeiros das antigas, essa frase se popularizou bastante, refletindo o desconhecimento de muitas pessoas sobre a diferença entre dor relacionada ao esforço do exercício e dor potencialmente prejudicial.
De forma geral, dores que surgem durante um exercício e vêm acompanhadas de sensações como fadiga ou queimação costumam estar mais associadas ao esforço muscular — o famoso “trabalho bem feito”.(Lembrando que dores musculares decorrentes de um treino podem persistir por 24 a 48 horas.)
Já uma dor potencialmente lesiva costuma piorar após o exercício e pode exigir ajustes, como os que mencionamos no #mito3, para tornar o treino mais seguro e eficaz.
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