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Reabilitação não tem prazo: entenda o mito das 10 sessões

  • fisioandresetti
  • 5 de nov.
  • 3 min de leitura

Algo muito comum na fisioterapia é o famoso pedido médico de 10 sessões, que costuma gerar apreensão e dúvida tanto por parte do profissional — que precisará explicar sobre essas 10 sessões e gerenciar as expectativas do paciente — quanto do próprio paciente, que chega ao consultório ou clínica acreditando que esse número será suficiente para resolver sua queixa.


Mas será que 10 sessões são realmente suficientes? Ou é possível alcançar resultados em menos tempo?


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Para entendermos melhor esse tema, precisamos olhar com atenção para os fatores que influenciam o tempo de um tratamento fisioterapêutico.

Tudo começa com a avaliação, que é o primeiro passo para conhecer o paciente de forma completa — entender seu histórico de lesões, suas expectativas em relação ao tratamento e as dificuldades que encontra nas atividades do dia a dia ou na prática esportiva. A partir dessa etapa, o fisioterapeuta traça o melhor caminho para a reabilitação, explicando o que pode ser esperado ao longo do processo e como cada fase contribui para a recuperação. Assim, o paciente sabe exatamente o que está sendo feito e participa ativamente da própria melhora.


Um dos fatores que podem influenciar o tempo de reabilitação é o momento em que o paciente decide buscar ajuda. Quanto mais tempo demoramos para procurar tratamento, maior é a chance de a lesão se agravar. Em alguns casos, a dor até diminui com o tempo, mas isso não significa que o tecido esteja completamente cicatrizado ou pronto para retornar às atividades. Essa recuperação incompleta aumenta o risco de uma lesão mais séria no futuro.


A gravidade da lesão também é outro fator importante que devemos levar em consideração, pois isso definirá o tempo de cicatrização que aquele tecido irá levar, podendo ser maior ou menor o tempo.


Outro ponto importante é a participação ativa do paciente no tratamento, por meio das orientações domiciliares realizadas pelo fisioterapeuta. Precisamos considerar que você passa, em média, duas horas por semana na fisioterapia (caso cada sessão dure cerca de uma hora). Esse tempo pode parecer curto, mas é suficiente para realizar excelentes sessões. Entretanto, a participação ativa do paciente é fundamental, pois contribui para o entendimento da lesão e para a melhora no manejo da dor ou desconforto.


A frequência das sessões semanais é outro ponto a ser considerado. Quanto menor a frequência, mais prolongado será o tempo total de tratamento, exigindo uma maior auto eficácia do paciente na realização dos exercícios domiciliares. Por outro lado, quanto maior a frequência semanal, mais ágil será o andamento do tratamento — e aqui não estamos falando de uma melhora mais rápida, mas sim de um uso mais intenso e concentrado das sessões.


Então, por que os médicos solicitam 10 sessões, mesmo sabendo que existem diversos fatores que podem fazer com que esse número seja maior ou menor ? A resposta é simples: esse número está relacionado, principalmente, a questões burocráticas e administrativas dos convênios e planos de saúde.


Na maioria das vezes, os convênios autorizam ou reembolsam os atendimentos em blocos de 10 sessões, o que facilita o controle administrativo e o acompanhamento dos custos. Essa prática, porém, não tem relação direta com o tempo real necessário para a reabilitação de cada paciente, já que cada caso é único e depende de diversos fatores, como:

  • Tipo e gravidade da lesão;

  • Tempo entre a lesão e o início do tratamento;

  • Frequência semanal das sessões;

  • Participação e adesão do paciente às orientações e exercícios domiciliares;

  • Resposta individual ao tratamento.


Portanto, é importante entender que as 10 sessões não representam uma “regra”, mas sim uma convenção administrativa. O plano de tratamento ideal deve ser definido com base na avaliação fisioterapêutica, levando em conta as necessidades e a evolução de cada paciente.





 
 
 

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